Queria encher a nossa cama de brilhantes e rubis, mas não era um homem rico. Só tinha pétalas para te oferecer. Infinitas pétalas da cor da paixão.
Os primeiros raios de sol atravessaram os cortinados transparentes e tu
pestanejaste. Então, com cuidado, soltei-me do teu abraço suave, saí da cama em
direção à janela e corri lentamente a persiana, não fosses acordar. Voltei a
olhar para o teu rosto sereno e senti-me o ladrão enamorado que
acabava de roubar uma joia preciosa, continuando à espera de acordares. E
estava a acontecer. Mexias-te na cama, esticavas os braços, soltavas um suspiro
de agrado e procuravas com as mãos o lugar que agora estava vazio.
Ergueste-te
na cama, sobressaltada.
Adivinhei a tua angústia e num salto fiquei junto a ti.
Adivinhei a tua angústia e num salto fiquei junto a ti.
Esfregaste os
olhos, espreguiçaste-te e voltaste a pestanejar.
Debrucei-me sobre ti e beijei-te levemente os olhos, o nariz, os lábios. Depois, olhei para os teus seios firmes, desnudos, e tu sorriste, com malícia.
«E o café da manhã?»
Encolheste os ombros.
«Deixa para lá. Vem fazer amor comigo, vem!»
E eu deixei para lá. O café, fumegante, que esfriasse sobre a mesa. Outros valores mais altos levantavam-se.
«Sim, meu amor, já não é preciso contarmos a passagem do tempo. Antes que ele passe por nós e nos triture, vamos enganá-lo e fugir no nosso cavalo alado que nos vai transportar para fora da galáxia, até uma distância razoável de muitos anos-luz onde ele já não pode chegar. Depois, vimos tomar o café. Já frio, que nós não damos conta.»
«Sim, amor. E um vodka gostoso…»
Debrucei-me sobre ti e beijei-te levemente os olhos, o nariz, os lábios. Depois, olhei para os teus seios firmes, desnudos, e tu sorriste, com malícia.
«E o café da manhã?»
Encolheste os ombros.
«Deixa para lá. Vem fazer amor comigo, vem!»
E eu deixei para lá. O café, fumegante, que esfriasse sobre a mesa. Outros valores mais altos levantavam-se.
«Sim, meu amor, já não é preciso contarmos a passagem do tempo. Antes que ele passe por nós e nos triture, vamos enganá-lo e fugir no nosso cavalo alado que nos vai transportar para fora da galáxia, até uma distância razoável de muitos anos-luz onde ele já não pode chegar. Depois, vimos tomar o café. Já frio, que nós não damos conta.»
«Sim, amor. E um vodka gostoso…»
«Não!, porque vês voar colibri. Não te quero perder!, meu amor.»
«Seu moço bonito! Não me olhe assim! Mais um vodka não faz mal. Só mais um.»
«Seu moço bonito! Não me olhe assim! Mais um vodka não faz mal. Só mais um.»
Não fazia mal, não, se houvesse um fim para a série interminável de vodkas que ela bebia. A sua sede não tinha fim. Sede, ou um desejo de esquecer. Mas esquecer, o quê? Nunca me disse. Fazia questão em dizer em público que gostava de vodka, mas, ao mesmo tempo que dizia sentir-se infeliz, não explicava o motivo. De certeza que não era eu. Já falava de vodkas gostosos quando a ouvi pela primeira vez numa sala de conversação que descobri por acaso.
Bebeu, bebeu, viu voar milhares de colibris. Até que um dia...
