Como este mundo é cruel! Este mundo de Deus que foi concebido à Sua imagem. Este mundo em que estamos todos de passagem. Outros mundos paralelos onde o nosso futuro será diferente. Esta confusão de mundos alternantes que nos confundem. Este mundo amaldiçoado que ontem foi azul...
«Fazes-me confusão. Não estás a ouvir-me.»
«Pois não.»
O amigo calou-se por instantes. Passados os instantes, disse:
«Estás nervoso. Nota-se bem. Que se passa?»
«Talvez. Mas não dou por isso. Não se passa nada.»
«Bom, que vamos fazer quando chegarmos lá abaixo?»
Parou e virou-se para o amigo.
«Achas que vamos chegar lá abaixo?»
«Não me venhas com as tuas premonições. O tempo está calmo. Não acredito que vá acontecer um tremor de terra.»
«Concordo. Nada parecido. Mas qualquer mudança pode vir depois de meia dúzia de passos.»
«Se tu o dizes...»
Afinal tinha consciência de se sentir nervoso. Só não sabia porquê. Então, parou e olhou para trás, desconfiado. Depois virou-se para a esquerda. Em ambos os movimentos nada viu de especial.
«Que aconteceu?»
«Nada. Ainda não aconteceu nada.»
«As pessoas do signo Escorpião é que são assim como estás agora a ser. Antes de entrarem numa sala onde está muita gente, olham desconfiadas para todo o lado, Só depois é que se aventuram a entrar. E tu não és Escorpião!»
Um comentário ao qual não deu réplica. Sentia-se nervoso, pronto. E depois?
«Não estou desconfiado,» Desculpou-se.
Mudança de rumo na conversa.
«Olha uma coisa, tu e a Aline vão logo à noite ao cinema?»
«Parece que sim.»
«Parece?»
«Ela quer ver um filme de terror. Não acho piada a isso. Mas pronto, está tudo bem.»
«Então não vás.»
«Estou a pensar nisso. Não sei porquê, mas hoje preferia ficar em casa à noite.»
«Diz-lhe quanto antes. É de bom tom.»
«Eu é que sei o que é de bom tom.»
«Olha que a bruxa da mãe...»
Apontou para o amigo com o indicador.
«Também estou a pensar nisso.»
Tinha caído numa armadilha. Não sabia como desembaraçar-se.
«Não deixes isso arrastar-se.»
Foi então que a viu. Lembrou-se de imediato do encontro que tinham combinado por carta no princípio do ano. A ideia foi dela. Talvez fosse possível reatarem a relação adormecida que os afastou, E ele concordou. Talvez. Afinal amavam-se. Foi só por causa do seu ciúme exacerbado. Em setembro? Sim. Até lá não trocavam cartas.
Agora era setembro e não conseguia entender porque se tinha esquecido e entrado numa relação que não tinha pernas para andar. De um momento para o outro tomava conhecimento que estava num jogo eticamente proibido. As cartas já tinham sido baralhadas e distribuídas. Pouco ou nada havia a fazer. Tinha que jogar. Um jogo erótico. Só carne. Não entendia porque se tinha esquecido. Foi um erro não terem continuado com as cartas. Pelo menos uma vez por mês. Não todos os dias, como tinham feito antes do desentendimento..
«Como me esqueci totalmente...?»
«Que estás para aí a rezar?»
Em vez de se penitenciar deitou as culpas para quem tinha as costas largas e não podia responder-lhe à letra. O esquecimento imperdoável. E queria entender. Afinal gostava muito dela. As pequenas zangas não passavam de circunstâncias banais próprias da vida.
Agora de nada serviam os chorinhos, aquela porra da triste sina e blá, blá, blá. Nem a treta de justificar-se que Deus não existia, ou então fazia de conta, ou então ainda tinha sido substituído pelo deus menor. Nada justificava o seu esquecimento. A não ser que a mãe da Aline tivesse feito amarração. E isso era mau. Muito mau.
«Olha...»
E o amigo olhou.
«Porra!»
«Como me esqueci totalmente...?»
«Que estás para aí a rezar?»
Em vez de se penitenciar deitou as culpas para quem tinha as costas largas e não podia responder-lhe à letra. O esquecimento imperdoável. E queria entender. Afinal gostava muito dela. As pequenas zangas não passavam de circunstâncias banais próprias da vida.
Agora de nada serviam os chorinhos, aquela porra da triste sina e blá, blá, blá. Nem a treta de justificar-se que Deus não existia, ou então fazia de conta, ou então ainda tinha sido substituído pelo deus menor. Nada justificava o seu esquecimento. A não ser que a mãe da Aline tivesse feito amarração. E isso era mau. Muito mau.
«Olha...»
E o amigo olhou.
«Porra!»
Desejou que aparecesse um buraco na rua para se esconder,
Desta vez a Teresa não tinha aquele olhar triste que tanto o impressionou quando a viu pela primeira vez. Sorria, feliz. E vinha ao seu encontro. Ele também se aproximou. Pouco depois estavam frente a frente, sorridentes e felizes de se encontrarmos de novo. Mas foi só um momento. Foi só um momento feliz. Seguiu-se outro. Horrível. Eterno. Como eterna seria a sensação de culpa por ter-se esquecido do encontro que os dois tinham combinado. Porque só então se lembrou do compromisso. Era imperdoável ter-se esquecido. Um mês inteiro que durou o cerco que a Aline lhe fez. E ele sabia do cerco. Mesmo assim deixou-se embalar por um mísero punhado de dólares que valiam um desejo erótico. Só podia ser. Mas havia outra hipótese. Sempre considerou uma bruxa a mãe da Aline.
Ali estava ela. Ali estavam os dois. Felizes. Mas ele com um nó na garganta.
Se pudesse desaparecer por um buraco que não existia, ou se tivesse poderes para fazer desaparecer a envolvência com a Aline naquele estranho mês de agosto! Mas já tinha visto que não existia buraco algum. «Merda de vida!» pensou. «E agora?»
Desta vez a Teresa não tinha aquele olhar triste que tanto o impressionou quando a viu pela primeira vez. Sorria, feliz. E vinha ao seu encontro. Ele também se aproximou. Pouco depois estavam frente a frente, sorridentes e felizes de se encontrarmos de novo. Mas foi só um momento. Foi só um momento feliz. Seguiu-se outro. Horrível. Eterno. Como eterna seria a sensação de culpa por ter-se esquecido do encontro que os dois tinham combinado. Porque só então se lembrou do compromisso. Era imperdoável ter-se esquecido. Um mês inteiro que durou o cerco que a Aline lhe fez. E ele sabia do cerco. Mesmo assim deixou-se embalar por um mísero punhado de dólares que valiam um desejo erótico. Só podia ser. Mas havia outra hipótese. Sempre considerou uma bruxa a mãe da Aline.
Ali estava ela. Ali estavam os dois. Felizes. Mas ele com um nó na garganta.
Se pudesse desaparecer por um buraco que não existia, ou se tivesse poderes para fazer desaparecer a envolvência com a Aline naquele estranho mês de agosto! Mas já tinha visto que não existia buraco algum. «Merda de vida!» pensou. «E agora?»
«Olá, Rodolfo. Como passa? E os pais?»
O Rodolfo, que afinal era seu primo, quase ficou mudo.
«Estão todos bem. E a Teresa?»
Não se lembrava da resposta dela. Aliás, era o menos importante. O momento de felicidade tinha passado para dar lugar à angústia.
Afinal quem foi naquele fatal mês de agosto?
E porque não se lembrou dela?
Se não tivesse sido seduzido pela Aline, naquele momento em que ficaram frente a frente, ele e a Teresa estariam envolvidos no processo de reconstrução dum futuro a que agora era impossível chegar porque a realidade mudara. Era muito diferente. Ia perder a mulher certa e agora estava envolvido com a mulher errada. A mulher que o enfeitiçou com tanto engenho e arte. E ali estava ela. E ali estava ele. Erro fatal pensar que tinha um compromisso com a Aline quando o outro, mais antigo, falava de feromonas cujo efeito duraria até à eternidade. Se é que a eternidade existe para lá da morte física. Ninguém está certo porque as provas não existem.
Falhou redondamente na análise que fez. Era tudo muito simples. Bastava substituir uma variável por outra e seguir os passos normais de resolução de uma equação possível e determinada. Tinha também que levar em conta a hipótese da amarração.
Estava atordoado. Não se lembrava das frases que trocaram. Apenas sabia que ela quis, à viva força, visitar a sua família e não teve coragem para dizer-lhe que estava envolvido com outra mulher. Mais um erro que tentou remediar propondo que a visita fosse no dia seguinte. Mas ela insistiu em ir nessa noite. E nessa noite ia com a Aline ao cinema e o encontro estava marcado também em casa dos familiares. Então engendrou um esquema porque havia um problema bastante complexo de resolver. Marcou as horas. Não deu resultado porque uma chegou mais cedo e a outra mais tarde. Mesmo assim foi um fraco, pois tentou ainda esconder-lhe a verdade quando as duas se encontraram frente a frente. Não pensou no mal que fez quando as duas mulheres se encontraram. No sofrimento da Teresa. Imperdoável. A sua atitude cobarde pagaria faturas no futuro.
Foi tudo muito rápido quando as duas se encontraram. Cumpridas aos formalidades dos cumprimentos, a Teresa deu uma desculpa e saiu. Com dignidade. A dignidade que ele não teve.
O Rodolfo, que afinal era seu primo, quase ficou mudo.
«Estão todos bem. E a Teresa?»
Não se lembrava da resposta dela. Aliás, era o menos importante. O momento de felicidade tinha passado para dar lugar à angústia.
Afinal quem foi naquele fatal mês de agosto?
E porque não se lembrou dela?
Se não tivesse sido seduzido pela Aline, naquele momento em que ficaram frente a frente, ele e a Teresa estariam envolvidos no processo de reconstrução dum futuro a que agora era impossível chegar porque a realidade mudara. Era muito diferente. Ia perder a mulher certa e agora estava envolvido com a mulher errada. A mulher que o enfeitiçou com tanto engenho e arte. E ali estava ela. E ali estava ele. Erro fatal pensar que tinha um compromisso com a Aline quando o outro, mais antigo, falava de feromonas cujo efeito duraria até à eternidade. Se é que a eternidade existe para lá da morte física. Ninguém está certo porque as provas não existem.
Falhou redondamente na análise que fez. Era tudo muito simples. Bastava substituir uma variável por outra e seguir os passos normais de resolução de uma equação possível e determinada. Tinha também que levar em conta a hipótese da amarração.
Estava atordoado. Não se lembrava das frases que trocaram. Apenas sabia que ela quis, à viva força, visitar a sua família e não teve coragem para dizer-lhe que estava envolvido com outra mulher. Mais um erro que tentou remediar propondo que a visita fosse no dia seguinte. Mas ela insistiu em ir nessa noite. E nessa noite ia com a Aline ao cinema e o encontro estava marcado também em casa dos familiares. Então engendrou um esquema porque havia um problema bastante complexo de resolver. Marcou as horas. Não deu resultado porque uma chegou mais cedo e a outra mais tarde. Mesmo assim foi um fraco, pois tentou ainda esconder-lhe a verdade quando as duas se encontraram frente a frente. Não pensou no mal que fez quando as duas mulheres se encontraram. No sofrimento da Teresa. Imperdoável. A sua atitude cobarde pagaria faturas no futuro.
Foi tudo muito rápido quando as duas se encontraram. Cumpridas aos formalidades dos cumprimentos, a Teresa deu uma desculpa e saiu. Com dignidade. A dignidade que ele não teve.
Saiu de vez da sua vida. Quanto à Aline, parece que não passou de um joguete do destino para o afastar da Teresa. Tiveram um verão escaldante e pouco mais. Em fins de outubro acabou tudo. Lógico. A relação foi só fumo que passou. Mais nada senão fumo que lhe tapou o discernimento e afastou-o definitivamente da mulher que amava. Nem o dinheiro da mãe da Aline serviu de incentivo para imitar o amor. E o amor verdadeiro estava ferido de morte.
Foi mais um engano esperar que ela lhe desse uma última oportunidade. Erro seu, sabendo de antemão que ela era uma mulher do signo Aries.
Os anos passaram. Um dia recebeu a notícia da sua morte. Uma morte prematura que trouxe em força, e de vez, o inverno do seu descontentamento. Um inverno com novas madrugadas a augurarem dias aparentemente azuis, mas com pinceladas fortes de cinzento escuro. Muito escuro.
A Teresa partiu para longe num barco que estava destinado a navegar à vista, mas mudou o seu rumo. O barco fez-se ao largo e seguiu para uma longa e derradeira viagem.
Só alguns anos depois deu com a realidade nua e crua. Perdera para sempre a mulher única.
Nunca a esqueceu. Nem ela. Os sinais que ela lhe enviou do outro lado e que ainda hoje não cessaram são prova incontornável. Mas ele é um mero canal de comunicação e não um decifrador de códigos...
Deixa-me só com a minha solidão. A solidão dói fundo e mata lentamente. É o meu castigo.
Deixa-me só no dia de hoje que até podia ter sido ontem, quando a neblina me envolveu e não dei por ela. Não sei o que quero apagar da memória mas tenho que apagar. Não interessa fazer uma formatação porque há sempre um meio de recuperar o que se perdeu, principalmente o que não interessa recuperar e nunca tudo aquilo que doeu forte.
Não interessa evitar o que aconteceu ontem, se há de voltar a acontecer hoje ou amanhã. Ou depois. Há sempre no amanhã inevitável.
Nunca tive a certeza que me tinhas amor. Talvez te ame mais do que é possível, se é que se pode quantificar este sentimento, a tal chama que arde sem se ver... blá, blá, blá.
Sabia que não era verdade aquilo em que acreditava, mas enganava-me ao sonhar que viveríamos no mesmo mundo o nosso tempo, ou que um dia fatalmente ia acontecer a vivência a dois tão desejada. Ironicamente, no mesmo mundo em que os teus afrontamentos e as colisões consequentes se iam sucedendo, momentos sombrios intervalados por noites românticas ao luar.
Até que hoje, quando te olhei e me olhaste, de olhos nos olhos, de repente senti-me só. Foi uma sensação tão estranha! Quis vir cá fora olhar-me a mim mesmo. Ao mesmo tempo parece que foi um momento de clarividência.
Quem me dera que me tivesse enganado!
A vida é um jogo em que se vai ganhando e perdendo. Hoje perdi. Ultimamente ando a perder. Já não tenho o sol de ontem. Partiu para a noite.
Só aconteceu ontem ou venho perdendo há muito?
Talvez seja melhor ficar à espera do manto negro da morte. E que venha de repente. Muito de repente. Se fico para aqui com a minha solidão, ninguém pode garantir-me que a solidão não és tu. Assim, deixa-me só com a minha solidão porque estarei finalmente contigo a tempo inteiro. Tu no meu mundo e eu no teu. Ambos a pensarem um no outro.
O que eu gostava muito era que tivéssemos tido o amor, minha solidão!
Já tenho poucas palavras. Despeço-me. Até amanhã, minha solidão. Volta todos os dias que estou sempre à tua espera. E se não voltares, talvez um dia nos encontremos. Onde? Não sei. Algures, porque algures é finalidade. Talvez aí. Perto do horizonte de eventos de um qualquer buraco negro. Sim, sem hipótese de retorno. Nem interessa retornar porque estamos cá de passagem.
Nem aí (algures) queres encontrar-te comigo?, num sítio onde não haja solidão, nem possa lembrar-me que, um dia, fomos felizes e nos amámos?
É tão grande o teu orgulho?
Então, se é assim... deixa-me de vez, solidão. Adeus. Continua a enviar-me sinais.
Foi mais um engano esperar que ela lhe desse uma última oportunidade. Erro seu, sabendo de antemão que ela era uma mulher do signo Aries.
Os anos passaram. Um dia recebeu a notícia da sua morte. Uma morte prematura que trouxe em força, e de vez, o inverno do seu descontentamento. Um inverno com novas madrugadas a augurarem dias aparentemente azuis, mas com pinceladas fortes de cinzento escuro. Muito escuro.
A Teresa partiu para longe num barco que estava destinado a navegar à vista, mas mudou o seu rumo. O barco fez-se ao largo e seguiu para uma longa e derradeira viagem.
Só alguns anos depois deu com a realidade nua e crua. Perdera para sempre a mulher única.
Nunca a esqueceu. Nem ela. Os sinais que ela lhe enviou do outro lado e que ainda hoje não cessaram são prova incontornável. Mas ele é um mero canal de comunicação e não um decifrador de códigos...
Deixa-me só com a minha solidão. A solidão dói fundo e mata lentamente. É o meu castigo.
Deixa-me só no dia de hoje que até podia ter sido ontem, quando a neblina me envolveu e não dei por ela. Não sei o que quero apagar da memória mas tenho que apagar. Não interessa fazer uma formatação porque há sempre um meio de recuperar o que se perdeu, principalmente o que não interessa recuperar e nunca tudo aquilo que doeu forte.
Não interessa evitar o que aconteceu ontem, se há de voltar a acontecer hoje ou amanhã. Ou depois. Há sempre no amanhã inevitável.
Nunca tive a certeza que me tinhas amor. Talvez te ame mais do que é possível, se é que se pode quantificar este sentimento, a tal chama que arde sem se ver... blá, blá, blá.
Sabia que não era verdade aquilo em que acreditava, mas enganava-me ao sonhar que viveríamos no mesmo mundo o nosso tempo, ou que um dia fatalmente ia acontecer a vivência a dois tão desejada. Ironicamente, no mesmo mundo em que os teus afrontamentos e as colisões consequentes se iam sucedendo, momentos sombrios intervalados por noites românticas ao luar.
Até que hoje, quando te olhei e me olhaste, de olhos nos olhos, de repente senti-me só. Foi uma sensação tão estranha! Quis vir cá fora olhar-me a mim mesmo. Ao mesmo tempo parece que foi um momento de clarividência.
Quem me dera que me tivesse enganado!
A vida é um jogo em que se vai ganhando e perdendo. Hoje perdi. Ultimamente ando a perder. Já não tenho o sol de ontem. Partiu para a noite.
Só aconteceu ontem ou venho perdendo há muito?
Talvez seja melhor ficar à espera do manto negro da morte. E que venha de repente. Muito de repente. Se fico para aqui com a minha solidão, ninguém pode garantir-me que a solidão não és tu. Assim, deixa-me só com a minha solidão porque estarei finalmente contigo a tempo inteiro. Tu no meu mundo e eu no teu. Ambos a pensarem um no outro.
O que eu gostava muito era que tivéssemos tido o amor, minha solidão!
Já tenho poucas palavras. Despeço-me. Até amanhã, minha solidão. Volta todos os dias que estou sempre à tua espera. E se não voltares, talvez um dia nos encontremos. Onde? Não sei. Algures, porque algures é finalidade. Talvez aí. Perto do horizonte de eventos de um qualquer buraco negro. Sim, sem hipótese de retorno. Nem interessa retornar porque estamos cá de passagem.
Nem aí (algures) queres encontrar-te comigo?, num sítio onde não haja solidão, nem possa lembrar-me que, um dia, fomos felizes e nos amámos?
É tão grande o teu orgulho?
Então, se é assim... deixa-me de vez, solidão. Adeus. Continua a enviar-me sinais.
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