TERÇA-FEIRA, 21 DE AGOSTO DE 2007
Foi ontem e não me lembro
Como era no outro tempo em que te tinha em sonhos que morriam sempre ao anoitecer?
Não me lembro.
Como era a tua voz de adolescente que não conheci no passado?
Como era a tua voz de adolescente que não conheci no passado?
Não me lembro.
Como era o teu olhar que, na noite de O Nome da Rosa, passou por mim, tão veloz, tal meteoro de que perdi o rasto?
Como era o teu olhar que, na noite de O Nome da Rosa, passou por mim, tão veloz, tal meteoro de que perdi o rasto?
Não me lembro.
E a atração que tu negaste, teimosamente?
Foi ontem e não me lembro.
Fugiste de mim. Não mais vi os teus olhos de amêndoa, nem ouvi a tua voz doce que falava de eternidade. Tinhas receio de magoar-me. Fugiste e referiste o inverno. Trocaste o destino certo pelo pó branco dos teus voos de regressos amargos tormentosos e agora estás longe. Muito longe e só. Num refúgio que não posso atingir porque afinal nunca fui o teu herói.
E a atração que tu negaste, teimosamente?
Foi ontem e não me lembro.
Fugiste de mim. Não mais vi os teus olhos de amêndoa, nem ouvi a tua voz doce que falava de eternidade. Tinhas receio de magoar-me. Fugiste e referiste o inverno. Trocaste o destino certo pelo pó branco dos teus voos de regressos amargos tormentosos e agora estás longe. Muito longe e só. Num refúgio que não posso atingir porque afinal nunca fui o teu herói.
Desde que te perdi, as minhas memórias foram-se apagando, aos poucos, lembrando as luzes do mundo que também se apagaram de vez quando o computador descobriu todos os nomes de Deus.
Desde que te perdi, não me lembro se os teus lábios sabiam a morangos silvestres, se tinhas ar egípcio, se me dizias que eras eterna.
Foi ontem e não me lembro. Apenas sei que fugiste para a magia negra do pó branco.
Agora que estou na ilha onde vivem outras Esfinges que acenam convites carnais, chego a pensar que sou insensível. Penso até talvez, se é que me lembro que um dia exististe, que não tenhas existido.
Até consegui esquecer aquela tarde de julho, quando as paixões escaldantes ensaiaram os primeiros passos. Depois, foi o começo do inverno. As palavras que poupaste. Estavas afónica, lembras-te? Acredito que sim. Eu, não. Esqueci tudo. O teu sonho de eternidade. O meu laboratório secreto que um dia profanaste. Tudo. E sabes?, quando descobri quem era a tua heroína, podia salvar-te e até fiz tudo para esquecer-me.
Lamento. Eu sou assim. Continuarei a esquecer tudo o que nos aconteceu e que hoje recordo com saudade...
Desde que te perdi, não me lembro se os teus lábios sabiam a morangos silvestres, se tinhas ar egípcio, se me dizias que eras eterna.
Foi ontem e não me lembro. Apenas sei que fugiste para a magia negra do pó branco.
Agora que estou na ilha onde vivem outras Esfinges que acenam convites carnais, chego a pensar que sou insensível. Penso até talvez, se é que me lembro que um dia exististe, que não tenhas existido.
Até consegui esquecer aquela tarde de julho, quando as paixões escaldantes ensaiaram os primeiros passos. Depois, foi o começo do inverno. As palavras que poupaste. Estavas afónica, lembras-te? Acredito que sim. Eu, não. Esqueci tudo. O teu sonho de eternidade. O meu laboratório secreto que um dia profanaste. Tudo. E sabes?, quando descobri quem era a tua heroína, podia salvar-te e até fiz tudo para esquecer-me.
Lamento. Eu sou assim. Continuarei a esquecer tudo o que nos aconteceu e que hoje recordo com saudade...

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