quarta-feira, 13 de novembro de 2024

O homem que acalmava o mar

 

terça-feira, 17 de julho de 2018

Visite Prosas e poemas no tempo a passar



O vento soprava forte e o mar tenebroso rugia; ondas alterosas avançavam nas areias da praia, deixando espuma doce que logo se desvanecia…


Era tempo do Sol nascer
vindo de outro acontecer;
era tempo de chegar
o homem que acalmava o mar.
Um homem estranho e só
esse homem que acalmava o mar.
Marinheiro de sonhos vividos
em ondas de maré vazia.

O homem rodou o olhar
rodou e voltou a rodar...
Olhava na distância e parecia ter
a força de possuir e de perder.
Ondas erguidas sonhos  destruídos
barcos no fundo  esquecidos.

O homem falou de mansinho e logo o mar acalmou;
falou outra vez de mansinho e mar adentro avançou...

Longos caminhos ondas perdidas
maré vazia  horizonte sem linha...


Também eu fui como tu
que muitos barcos naufragaste
e vidas muitas vidas mutilaste! 
                                   
"Eu sei que somos iguais
nas paixões que deixámos;
não avances mais que não te deixo passar
o teu limite é o fim duma maré que vazou!"

O homem sorriu e mar adentro continuou...
Que ele recolhesse a fúria e o deixasse passar
porque só queria procurar... procurar...

E o mar ficou quedo a ver
aquele homem a avançar...
Estranho homem estranho dom

na força p'ra acalmar o mar.

Mas a fúria logo voltou...
Ondas altas  vento forte
que o homem de novo acalmou.
Tempestades interiores
caminho aberto... aberto.
Mar azul  céu cinzento
sonho azul  tempestades interiores
no homem que acalmava o mar.

O mar que rugia forte
ficou quieto... muito quieto
mar sereno mar azul
caminho aberto  aberto
mas à espera do vento sul.

E o homem que acalmava o mar?


Esse ninguém mais o viu
quando mar adentro avançou
no último sonho que se fechou
na última caminhada que o mar tragou...

Estranho homem  e
stranho dom.
Alguém o viu?
Alguém o inventou?

Só tu sabes  ó
 mar salgado
daquele homem que te acalmou...

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