sexta-feira, 21 de junho de 2024

À procura do tempo perdido



 

Uma visão parcial um pouco diferente de relatos encontrados em duas das três "Utopias de Mário" (A Esfinge tinha uma heroína (1); O Leão e o Caranguejo (2)


O

lhei em volta antes de decidir descer as escadas. A noite caía sobre a cidade e o trânsito começava a adensar-se. A avenida fervilhava de vida e os ruídos habituais daquela hora subiam de tom. Nos passeios as pessoas cruzavam-se, apressadas, lembrando formigas sem norte, à procura não sei de quê.

Também perdera qualquer coisa. Ou esperava um sinal? Tal­vez fosse um rosto. Ela tinha prometido vir pelas mãos da eternidade e agora escondia-se atrás do espelho. No sítio onde as coisas aconteciam de propósito para não serem vistas. Mais uma vez jogávamos às escondidas.
Nada acontecia no cimo das escadas. Nem sabia o que me tinha levado ali. 
«Não me lembro.»
«Um rosto?»
«As palavras. As palavras que não foram ditas...»
«Não te lembras. Mas estás à espera!»
«Eu sei muito bem.»
Então estava à espera. De um rosto. Sabia que eram uns olhos de amêndoa. Tinha quase a certeza. Pensando melhor, talvez fosse uma pétala. Hoje não era o meu dia. Era outro. O das dúvidas.
Pensando melhor, a ideia da pétala parecia ser a mais lógica. Nem que fosse uma pétala. Não devia abandonar aquele ponto de observação. A pétala era leve. Podia passar, em qualquer momento, levada pela brisa que soprava naquele anoitecer que eu queria que fosse mágico. Pelo menos só para mim. Vermelha?, talvez a pétala fosse vermelha. A condizer com as paixões que ardiam até à exaustão.
Paixões. Levava-as o vento sul consigo para longe. Davam forte mas ardiam. Como uma supernova. Depois... depois nada restava senão algo nebuloso e irremediavelmente perdido no futuro. Talvez fosse isso. O futuro era o sítio errado para ver, do alto das escadas. As pétalas da rosa vermelha, já secas, só eram visíveis nas distâncias proibidas.
Desci as escadas. Havia um único comboio na gare. Era cedo para partir. As portas ainda estavam fechadas. E as pessoas alinhavam-se, ao longo da gare, viradas para o comboio que aparecera, momentos antes, vindo do lado esquerdo. As pessoas estavam à espera que as portas se abrissem. Ordeiras. Como se alguém as controlasse.
«À espera. Também tu estás à espera...»
«Desculpe, não percebi.»
«É quanto basta. Esperar.»
«Por quem?»
«Por uma pétala. Nem que seja uma pétala...»
Ah! Outra vez a pétala. A ideia persistente que ela estava a chegar.
Ia a tirar uma conclusão sobre a origem da pétala quando as portas do comboio se abriram. Estranhei. As pessoas entraram de forma de forma organizada. Havia lugar para todas. Talvez fosse um dia especial. Um dia diferente. Mas todos os dias eram diferentes. Só eram iguais em serem dias.
Interroguei-me se era lógico ter lugar sentado. Fazia-me lembrar o determinismo.
Olhei em volta. Não havia uma pessoa de pé. E lá fora não ficara ninguém. Se ficasse, veria o comboio deslocar-se da esquerda para a direita. Segundo os iluminados, era o rumo para o futuro. O amanhã que os esperava.
A gare ficou para trás. O comboio ganhou velocidade. Olhei para lá dos vidros. Só o negro. Não vi uma única luz no exterior. Devíamos estar a atravessar um túnel.
«Já reparaste?»
Interroguei-me se estava a sentir-me bem. Não vi ninguém na minha frente, mas tinha ouvido uma voz.
«O quê?» perguntei.
«As pessoas.»
«As pessoas?»
Para lá do vidro da janela continuava a ver o negro. Afinal não havia túnel. Nem havia estações. Nem ruídos. Era isso. Muito estranho. As pessoas não falavam. Talvez por se desconhecerem, pensei. Sim. Devia ser isso. Não queria admitir outras evidências.
«A fricção das rodas nos carris... Já deste conta?»
«Não é lógico! Tem que haver ruído! pelo menos da fricção.»
«Experimenta.»
Experimentar?, o quê?
Cocei a cabeça, indeciso. Devia estar a sonhar. Aquele diálogo era absurdo. Pensei em beliscar-me. Ou então beliscava o parceiro do lado. Puro disparate, beliscar o parceiro do lado. A sua reação era imprevisível. 
Tomei a decisão correta. Belisquei-me e fiquei mais aliviado. Sentira a dor. Ainda bem que alguma coisa batia certo.
«Não te deixes enganar...»
«Sim?»
«As pessoas. Repara nas pessoas. Nos rostos. Fala com elas. Devem ter muito para dizer. Tu próprio...»
«Eu próprio, o quê? Não me lembro.»
Consultei o relógio. Apenas vi um fundo cinzento. O diagnóstico foi simples. A pilha estava sem carga. Mas tinha posto uma pilha nova há pouco tempo! Tempo. Tempo sem tempo. Disparate. Como era isso do tempo sem tempo? Tudo tinha um tempo. Só se estivéssemos nas proximidades de um buraco negro. Diziam os cientistas que as leis da física aí não funcionavam. Por exemplo, o tempo podia parar.
«Diz-me as horas, por favor?»
«...»
Resposta inexistente.
«O meu relógio não tem pilha. Ou melhor: gastou-se.»
Sorri para a mulher em frente. Não respondeu. Olhava fixa­mente para mim. Não. O olhar passava por mim. Estranho. Era muito estranho. Parecia trespassar-me. A coisa estava a complicar-se.
E se repetisse a pergunta?
Ela podia estar absorta nos seus pensamentos. Sim, era isso. Já tinha ouvido falar na meditação transcendental. Requeria muito treino e, claro, meditação. Poucas pessoas conseguiam.
«Desculpe... pode dizer-me que horas são?»
Nenhumas. Tempo sem tempo. A mulher era muda ou estava com o pensamento noutro sítio. Já ouvira falar da teoria dos mundos paralelos. Não passava de uma teoria. Talvez a mulher fosse muda. Mas o silêncio à minha volta era muito estranho. Silêncio. Se havia ruído era o do silêncio.
Organização. Indiferença. Olhares gelados. E um comboio que não parava nas estações. Era tudo muito estranho. A apontar para o sobrenatural.
Experimentei o parceiro do lado.
«Desculpe...»
O homem desviou os olhos do jornal. Ouviu. De certeza que ouviu.
Finalmente!
«Pode dizer-me as horas, por favor?»
Voltou a concentrar-se no jornal.
«Mula, não me ouves? Que horas são?»
E que comboio era aquele que não parava? E porquê o silêncio?
Levantei-me bruscamente e gritei, desesperado:
«Não há ninguém que me oiça?»
Estranhei o tom alto da voz. Ressoou por toda a carruagem como um trovão. Aliás, os únicos sons que ouvia vinham da minha voz.
Não tive resposta. Resignado, sentei-me de novo. A mulher continuava a olhar-me. Serenamente. Cretina! Não via que está­vamos prisioneiros naquele comboio maldito que não parava. E os outros passageiros? Ninguém reagia.
Olhei em volta.
Os olhos de amêndoa estariam no comboio?

«Cansei-me de esperar.»
«Não és eterno?»
«Cantigas.»
«Acredita!»
«Como posso acreditar se jogamos às escondidas? Não te vejo.»
«É esse o nosso jogo. Mas eu vi-te. Há muito. Usavas peúgas e sonhavas com príncipes encantados.»
«Não me lembro.»
«Esperavas a minha passagem atrás da janela. Sempre à mesma hora.»
«Agora lembro-me. Levavas na mão uma rosa vermelha. Todos os dias. Mas não era para mim.»
«Havia dias?»
«Sim. Nesse tempo havia dias. Agora, andamos à procura do tempo perdido.»
«Tempo perdido...»
«Para quem era a rosa vermelha?»
«Para ti.»
«Mas nunca a recebi!»
«Extraviou-se.»
«Era para outra...»
«Extraviou-se.»
Tinha um ar egípcio. Da última vez que a vi impressionei-me com o corte do cabelo. Demasiado curto? Talvez. Mas ficava-lhe bem, disse-lhe uma vez. Mas ela tinha uma heroína!

O comboio continuava a sua viagem. Quem sabe se rumo ao infinito. Tudo estava perdido. Para trás ficavam imagens antigas, soltas, que começavam a ter coerência. Imagens tiradas das cinzas frias da paixão da rosa vermelha. De uma das muitas rosas vermelhas.

Tudo aconteceu quando deixei de ser professor por algum tempo e fui em serviço de destacamento para cuidar das contas de um Projeto morto logo á partida e do qual aliás, não conservo boas recordações. Mas não era isso que queria recordar. Só mais uma coisa. Fui usado. Quem mas fez, pagará. Afinal, estamos cá para faturar e pagar faturas. Ou não me chame...
Mas quem sou eu? Ontem torturava um inocente.
Intrusão inoportuna que logo afastei. Não fazia parte desta história.

Foi nessa época que conheci a Guapa. Era uma das secretárias do tal Projeto nado-morto. Uma mulher nova, interessante, conhecedora da arte de agradar aos homens. Talvez demasiado provocante. Retificando, demasiado provocante era favor.
«Imagine o doutor... aquele homem calvo e barrigudo do gabinete em frente cruzou-se comigo e não sabia onde meter-se. Tive pena do homenzinho.»
Imaginei a cena. Ela mexia-se bem. Demasiado bem. E... bom... Um dia
interessou-se por mim. Almoçámos juntos algumas vezes. Comecei a deixar-me envolver. Ela sabia seduzir. Era uma mulher que mexia bem tudo o que tinha para mexer. Uma guapa daquelas decididamente provocantes. Contudo, cometeu um erro. Apresentou-me uma amiga que era secretária na Reforma Educativa. A Madale­na. Mas isso faz parte de um história que já contei.

A Guapa cometeu outro erro, que podia ter sido fatal, ao atravessar uma avenida, em hora de ponta, com os carros parados, em fila de espera. Mas uma fila estava vazia no momento em que passou. Uma fila vazia, com um táxi a aproximar-se.
E se tivesse sido um autocarro?
Um grito de mulher e um chiar de travões. Quase simultâneos. Foi projetada para a frente.
Fora outra mulher quem gritara. No ar ficou o odor de pétalas vermelhas.
Todos os dias aconteciam casos iguais a este. Não queria falar do caso. Queria, sim, falar dos avisos que tive.
Mas...
«... aconteceu no tempo ou vai acontecer?»
«O tempo não tem tempo...»

O primeiro aviso foi um objeto de borracha que achei. Observara-o com certa curiosidade. Lembrava um pneu em miniatura. Sem saber o motivo, guardei o objeto no bolso. Mais tarde, foi o canivete aberto que me intrigou. A lâmina, muito ferrugenta, parecia apontar, perigosamente, para o edifício onde trabalhava. Hesitei. Que perigo...? Não devia apanhar um canivete ferrugento. Nem novo. Era um homem pacífico. Sempre me apavoraram as armas brancas.
Seguiu-se, ainda no mesmo dia, um pedaço de chumbo que encontrei junto à berma da estrada, a menos de cem metros da minha casa. Um daqueles pedaços que se utilizavam para equili­brar as rodas dos carros.
Três objetos que se interligavam como os lados de um triângulo. Cheiravam a morte. Uma morte iminente.
Objeto de borracha. Canivete. Pedaço de chumbo. Carro. Apontador. Morte.
Estava de posse de todos os dados. De facto, só me faltava gritar:
«Vem aí a morte!»
Que podia fazer?
Ouvi dizer que o triângulo travava o bem e o mal. Travava tudo.
Mas... travar o quê? Não podia adivinhar. O melhor era formar o triângulo com os três objetos. E ficar à espera de acontecer..
«À espera. Também tu estás à espera...»
Tive a certeza quando encontrei o quarto objeto. E vi de imediato. Uma mulher atravessava a avenida, apressada. O trânsito estava blo­queado nas duas primeiras faixas descendentes. A terceira estava livre. Um carro aproximou-se, veloz. No rosto da mulher estam­pou-se a surpresa, depois de ouvir um grito:
«Cuidado!»
Não teve tempo de sentir terror. Escureceu tudo em sua volta. Era tarde. Talvez demasiado tarde.

Agora o comboio abrandava a velocidade. Calmamente, as pessoas começaram a levantar-se. Sabiam para onde iam. Só eu estava indeciso e começava a sentir-me a mais.

Voltando à Guapa, um dia fiz um poema dedicado a ela. Nunca lhe disse.

O quarto objeto era uma etiqueta branca, em plástico. Daque­las que se usavam nas chaves dos armários. Tinha um nome. Mas eu só via pétalas que se espalhavam pelo ar. Pétalas ensanguenta­das.
A etiqueta era da chave que abria o armário da Guapa? Nunca cheguei a saber porque não lhe perguntei.
Felizmente que era branca.

«Tem um ar egípcio...»
«Vou ganhar juízo. Deixo a alquimia e regresso às origens. Espera por mim. Não sei o caminho.»
Alquimia. Regresso às origens. Mas o desastre nada tinha a ver com a Esfinge que me queria enfeitiçar com a magia do pó branco. Era outra coisa. Um sonho mortal a intrometer-se com outro sonho.
«A tua heroína que te levou sem norte...»
«... foi pesadelo que sonhou a morte!»
Foi-se o pensamento que envolvia a Esfinge.

Cego. Estava cego. O branco da etiqueta cegava-me a razão. Era brilhante. Intensamente brilhante.
Senti-me feliz. Começava a ganhar a batalha. O acidente mortal ia acontecer noutro tempo e noutro espaço. E o objeto fatal era um autocarro a atropelar um homem que levava numa das mãos um saco verde de plástico. Ironia, a cor!
Eu próprio assisti ao acidente que salvou a Guapa. No momento havia muitas pessoas à espera de transporte para casa. E assim também muitas viram o acidente. Mas ninguém se deslocou para o sinistrado. Nem eu. Estranho. Mais uma vez tudo muito estranho. Todos estávamos a cometer um crime por omissão de ajuda.
E se o homem que pegou no saco de plástico em vez de socorrer a mulher fosse eu?

O comboio parou. Abriram-se as portas e as pessoas começaram a sair. Mais uma vez sem atropelos. Sem pressa. Sem tristeza nos olhos. Sem expressão nos rostos.
Uma coisa era certa. Tinham chegado ao fim da viagem. Todas aquelas pessoas tinham chegado ao seu destino.
Eu também saí. Pelo sim pelo não.
Ao fundo, havia três túneis com muita luz. As pessoas encaminharam-se para eles. Fiquei a vê-las. Que iam fazer?

«Tinha um ar egípcio...»
«Mas ela era guapa
«A Esfinge adorava o pó branco.»
«E a Guapa
«Recorda-te.»
E recordei-me. Um dia foi almoçar com um amigo. Senti natural curiosidade e resolvi segui-los à distância porque o fulano tinha má pinta.
Entraram num restaurante mexicano e eu fui também almoçar, provavelmente ao Clemente. Não interessa.
Já estava no gabinete quando a vi entrar. Falava mais alto que o costume. Estava eufórica. Elétrica. Com o speed todo. O que era, no mínimo, estranho. Nunca a vira assim. E não era de alguém que tivesse bebido mais do que a conta, embora no momento confessasse que bebera uns tantos copitos.

Eles entravam, sem hesitação. Cada uma no túnel certo.
E eu?, que devia fazer?
«Vai pelo túnel que tem a luz mais intensa...»
Obedeci. Era o do meio.
«Sabes por que razão apanho objetos do chão?»
«Para fazeres com eles triângulos.»
E para que servem esses triângulos?»
«Os triângulos travam. O bem e o mal.»
«Mas não é magia negra?»
«Não.»
Parei à entrada do túnel. A luz era muito forte. Quase me cegava.
Foi então que vi uma rosa vermelha no chão.
«Mas nunca a recebi!»
Definitivamente era para outra.

A Guapa salvou-se? A Esfinge perdeu-se no mundo negro do pó branco?
Baixei-me. Mas a rosa tinha desaparecido. Nem uma pétala. Olhei em volta, angustiado. Aquilo era um pesadelo. De um momento para o outro ia acordar. Quanto mais cedo, melhor.
Foi então que ouvi uma voz bondosa.
«Volta para trás. Escolheste o comboio errado. Ainda não chegou a tua vez. Olha, tens ali outro à tua espera.»
«E ela?»
«Salvou-se. Foste tu...»
«Eu salvei-a?»
«De certa forma, pois levaste o acidente para outro tempo e outro espaço.»
«E a outra? A que tinha um ar egípcio...»
«Talvez não te interesse saber...»
«Mas quero saber.»
«Com a Esfinge andaste mal. Podias tê-la salvo.»
Tinha a certeza que sim. Por isso é que tinha ido na viagem daquele comboio de almas destinadas. Talvez o arrependimento me tivesse salvo. Talvez.
«E que faço agora?»
«Apanha o comboio. Não percas a oportunidade! Podes ficar preso no tempo...»

Lá estava na gare o outro comboio. Encaminhei-me para ele. Pensava nos túneis.
Que poderia existir para lá daquela luz tão intensa?
Não ousei olhar para trás. Estava agora no comboio certo.
«Não queres regressar às origens?»
Origens. Quem me dera. Mas... e a máquina do tempo que ainda não tinha sido inventada?
Ou tudo não passava de um sonho?
O comboio não estava vazio. Havia uma mulher. Passei por ela e espreitei. Nem olhos tristes, nem olhos de amêndoa. Apenas uma mulher que também tomara o comboio errado e que agora estava de regresso.
Avancei até ao fundo da carruagem e sentei-me. Agora já ouvia o trabalhar dos motores. O ruído do fechar das portas.
Senti o esticão do arranque. Sim. Aquilo era real. Regressava de longe. Do futuro. Ou de um sonho ruim.
Via-me no cimo da escada. À espera. À espera de ver passar umas pétalas vermelhas que o ar levaria para longe.
Nem que fosse uma pétala. Tinha que encontrar uma pétala!
Levei a mão ao bolso, tirei a etiqueta branca e aproximei-me da mulher. De certeza que a etiqueta branca tinha o seu nome escrito. Um nome de mulher guapa.
Respirei fundo. Depois, sorri. Sorrimos ambos e o comboio continuou na sua viagem de regresso..
Sabia tudo. Que ela era a pétala. Uma das pétalas vermelhas da rosa que não vi abrir. Que a magia do triângulo tinha dado resultado. Só não sabia que o comboio sem regresso tinha viajado perigosamente pelas terras do tempo perdido.

«Doutor...»
«Sim, Marta?»
«Esse convite para almoçarmos mantém-se?»
«Claro.»
«Então, vamos...»
«Tem razão. Não podemos perder mais tempo...»
«Quer que leve o vestido azul?» 
Aquele vestido azul forte, muito cingido ao corpo...

Sem comentários:

Enviar um comentário