Nem sequer faz hoje anos. Ou se faz, não me lembro. Apesar de ter esquecido onde te conheci e como te conheci, prometo que vou fazer um esforço para a memória voltar. Sei que vai ser difícil. Por vezes até me desoriento quando chego a uma encruzilhada e não sei que caminho devo seguir para me voltar a encontrar. Desculpa-me. Não é por mal. Mas até posso estar enganado. Provavelmente até foste tu quem se afastou e nunca mais te lembraste de mim. Não sei. Não me lembro como aconteceu. Por mais esforço que faça não consigo descobrir quem rompeu a nossa relação, nem se a relação foi vulgar, ou para lá do vulgar. Se é que houve uma relação. Já morreram muitos dos meus neurónios e nada pode ser feito para os repor. Disseram-me que acontece assim. Aos poucos vamos ficando ausentes de todos e de tudo.
Mas porque foi que lembrei de ti se nem quer consigo lembrar-me do teu nome?
É triste vivermos sós, dizem os versos de um fado. É triste andar a sonhar. Mas o mais triste é gostarmos. Só pode ser... de quem não gosta de nós. Uma quadra. Lembrei-me! Afinal parece que não estou tão esquecido como isso. Perdoa-me, Selma. É uma pequena brincadeira que nem sequer chega a ser vingança ou despeito. Não sou pessoa de extremos. Mas creio que estou no meu direito de acreditar que não foi por mim que acabámos. Como tu também estás. Ou não é verdade que a nossa relação não deixou motivos para ser esquecida? Talvez não seja. Admitemos que tudo não passou de uma nuvem passageira com uma força erótica tremenda que nos envolveu com o seu manto transparente. Paixão carnal ou assim.
Não faz hoje anos, mas eu explico porque me lembrei de ti (finalmente confesso). Há poucos minutos, enquanto revolvia umas folhas antigas, chamaram-me a atenção várias que estavam agrafadas. E foi por causa delas que cheguei a ti à nossa paixão efémera. Aconteceu assim muito de repente. Como alguém que choca com alguém numa esquina qualquer.
Tinhas chegado da praia e vestias um roupão branco. Já tinhas tomado um banho rápido de chuveiro e preparavas-te para comer uma sande de queijo e fiambre. Foi nesse momento que te vi.
«Um momento, amigo. Vou na cozinha porque tenho um ratinho a moer-me o estômago. Esperas por mim? Prometo não demorar.»
Disse que sim. Tinha todo o tempo do mundo para ti e alguns minutos da tua ausência nada significavam.
Afinal demoraste mais tempo do que imaginei e, enquanto não vinhas, aproveitei para dar largas à imaginação. Peguei numa folha pautada e numa esferográfica e comecei a escrever para ti.
Aqui, à beira-mar, onde parece que o tempo parou e os meus olhos se perdem na distância que nos separa, oiço o eco da tua voz doce, julgo que vejo os teus olhos negros profundos, que sinto a tua pele suave e mestiça. Mas tudo não passa de um devaneio daqueles que se misturam com a espuma que beijou pela última vez as areias da praia. Vai ser assim connosco. Não pode ser doutra forma. E sei que concordas comigo. Nunca encarámos a nossa relação sob esse prima e é por isso que ainda chamo por ti. Estás longe, mas vens.
O teu corpo moreno enlouquece-me. Não sei se é só imaginação, mas roças-te em mim e encho-me de tesão. A tua presença aquece-me. Sei que é só um momento. Que importa?, se estamos juntos nesse momento? Eu e o teu olhar carente. Esse contacto da tua pele mestiça. E a voz doce que me sussurra desejos eróticos para hoje e amanhã. São sinais de uma louca paixão que vai terminar como as estrelas de grande massa terminam. No tempo que dura o orgasmo cabe o tempo que a estrela leva a implodir. Tu continuas presente, mas já não te vejo tal como sentia que eras. É inevitável surgir um intenso desânimo. Tão intenso que num momento acordo. Não te vejo, mas vejo a outra realidade. O abraço que não demos e também o deserto em que estou.
Na distância que nos separa só as frases que trocámos na tela dos corações caídos os "oi tudo bem por aí dorme e sonha comigo e acorda-me de madrugada" são tudo o que ficou...
O teu corpo moreno enlouquece-me. Não sei se é só imaginação, mas roças-te em mim e encho-me de tesão. A tua presença aquece-me. Sei que é só um momento. Que importa?, se estamos juntos nesse momento? Eu e o teu olhar carente. Esse contacto da tua pele mestiça. E a voz doce que me sussurra desejos eróticos para hoje e amanhã. São sinais de uma louca paixão que vai terminar como as estrelas de grande massa terminam. No tempo que dura o orgasmo cabe o tempo que a estrela leva a implodir. Tu continuas presente, mas já não te vejo tal como sentia que eras. É inevitável surgir um intenso desânimo. Tão intenso que num momento acordo. Não te vejo, mas vejo a outra realidade. O abraço que não demos e também o deserto em que estou.
Na distância que nos separa só as frases que trocámos na tela dos corações caídos os "oi tudo bem por aí dorme e sonha comigo e acorda-me de madrugada" são tudo o que ficou...
«Já cheguei.»
«A sande estava gostosa?»
«Não comi. Só pensei em ti.»
«E eu também.»
«Olha, queres...?»
«Não percebo, Selma.»
«Queres que tire o roupão?»
Mas quem era a Selma?
Uma mulata simpática, aparentemente sem experiência dos truques e malabarismos da net, que encontrei, certa noite, numa das salas dos descasados do Yahoo.
Foi difícil chamá-la para uma conversa a dois, pois ainda guerreei com outro ocupante da sala. Vencida a disputa, não necessitei de lançar em jogo muitos argumentos para a prender às palavras envolventes projetadas na tela. Desde sempre pareceu-me uma mulher acessível, sempre de acordo com as minhas ideias e preferências. Assim, não me admirei que dissesse que amava as prosas poéticas que lhe enviei.
Uma mulata simpática, aparentemente sem experiência dos truques e malabarismos da net, que encontrei, certa noite, numa das salas dos descasados do Yahoo.
Foi difícil chamá-la para uma conversa a dois, pois ainda guerreei com outro ocupante da sala. Vencida a disputa, não necessitei de lançar em jogo muitos argumentos para a prender às palavras envolventes projetadas na tela. Desde sempre pareceu-me uma mulher acessível, sempre de acordo com as minhas ideias e preferências. Assim, não me admirei que dissesse que amava as prosas poéticas que lhe enviei.
Na tela...
Selma:
«Olá, João...»
:-w (esperando)
«Olá!»
:-* ( beijo)
«Tudo bem?»
«Tudo bem. Estava lá dentro, na sala 2... Gostaste das palavras que te mandei?»
«Adoreiii!»
«Então o que tens feito? Trabalhado muito, não é?»
«Sim, mas hoje estou de folga.»
«Então podemos ir dar uma volta...»
«Já fui passear e já voltei. Mas não importa. Sim, podemos. Onde vamos?»
«Como está o tempo por aí? Onde quiseres...»
«Está muito calor. Podíamos tomar um sorvete...»
«Sim, Selma. Vamos a isso. Aqui chove. Abril, águas mil.»
«Gosto de dias chuvosos. Que tens feito?»
«Com este tempo fico neura. Não sou muito de sair, mas também não gosto de sentir-me preso entre paredes.»
«Eu também não gosto.»
«Olha, hoje fui almoçar com um amigo e depois demos uma volta a pé, para fazermos exercício, durante mais que uma hora. Nessa altura o tempo estava razoável. Não vem a propósito, mas lembrei-me de te perguntar: gostas de gatos?»
«Prefiro os cães...»
«Rsrs... Os gatos têm mais personalidade.»
«Não digo que não. Envia-me mais histórias. Estou curiosa.»
«Sim, vou enviar.»
«Sim, vou enviar.»
«Fico esperando com ansiedade.»
«Não vale a pena tanto. Olha, aí vai.»
«Como posso guardar estes endereços?»
«Vais a conversa, abres e depois clicas em guardar como. Dás um nome ao ficheiro e escolhes uma pasta onde guardar. Ficas com a nossa conversa guardada em texto.»
«Entendi, vou fazer isso.»
«Outra coisa: sem fechares a mensagem instantânea experimenta clicar num destes dois endereços que te dei.»
«Ok. Você espera por mim?»
«Sim. O tempo que for preciso.»
Pouco depois…
«Não dá para ler agora, tem muito conteúdo, mas salvei em meus favoritos.»
«Sim. Era só para verificares que podias ir diretamente...»
«Estão salvos. Lerei assim que puder.»
=D> (aplausos)
«Espero que gostes. Se não gostares, paciência. És romântica?»
«Adoro contos e poesias. Leio todos.»
«Olha, agora vou jantar. Podemos continuar mais logo, se tiveres tempo disponível.»
«Ficarei por aqui mais um pouco. Nos veremos...»
«Xau. Um beijo.»
«Outro.»
Dias mais tarde...
«Olá!»
«Tudo bem? Finalmente!»
«Tudo bem! E você como vai? Estava com saudades de você!»
«Vou bem, obrigado. Então o que tens feito?»
«Muito trabalho e tu?»
«Nem por isso. Agora estou folgado.»
Nariz de Pinóquio a crescer!
«Que delícia!»
«Finalmente posso dedicar-me ao que mais gosto.»
«E de que mais gostas?»
«De estar contigo. Amar-te.»
«Mentiroso.»
Talvez.
«Acredita que sim.»
«Como posso guardar estes endereços?»
«Vais a conversa, abres e depois clicas em guardar como. Dás um nome ao ficheiro e escolhes uma pasta onde guardar. Ficas com a nossa conversa guardada em texto.»
«Entendi, vou fazer isso.»
«Outra coisa: sem fechares a mensagem instantânea experimenta clicar num destes dois endereços que te dei.»
«Ok. Você espera por mim?»
«Sim. O tempo que for preciso.»
Pouco depois…
«Não dá para ler agora, tem muito conteúdo, mas salvei em meus favoritos.»
«Sim. Era só para verificares que podias ir diretamente...»
«Estão salvos. Lerei assim que puder.»
=D> (aplausos)
«Espero que gostes. Se não gostares, paciência. És romântica?»
«Adoro contos e poesias. Leio todos.»
«Olha, agora vou jantar. Podemos continuar mais logo, se tiveres tempo disponível.»
«Ficarei por aqui mais um pouco. Nos veremos...»
«Xau. Um beijo.»
«Outro.»
Dias mais tarde...
«Olá!»
«Tudo bem? Finalmente!»
«Tudo bem! E você como vai? Estava com saudades de você!»
«Vou bem, obrigado. Então o que tens feito?»
«Muito trabalho e tu?»
«Nem por isso. Agora estou folgado.»
Nariz de Pinóquio a crescer!
«Que delícia!»
«Finalmente posso dedicar-me ao que mais gosto.»
«E de que mais gostas?»
«De estar contigo. Amar-te.»
«Mentiroso.»
Talvez.
«Acredita que sim.»
«Sim. Que bom!»
«Gostava de saber em que dias posso contactar contigo. Recebeste os e-mails?»
«Claro que podes quando quiseres. Sim adorei, são lindas as histórias. São verdadeiras?» «Só algumas.»
«Colocas teus sentimentos no papel. Adorei todas.»
«Cuidado! Não te apaixones.»
Aviso à navegação.
«Já estou apaixonada. Mas é pelas histórias. Tu misturas realidades e fantasias. Vou separar o que é real do sonho, e procurar te conhecer.»
«Como imaginas que sou?»
«Que tu és uma pessoa bastante sensível. Adoraria saber como aconteceu esse amor da última história. Tenho a certeza que aconteceu na realidade.»
«Enganas-te. Inventei tudo.»
«És capaz de inventar o amor?»
«Aquilo não era amor. Só paixão.»
«E nós?»
«Que será, será.»
«Concordo.»
«Agora fala-me de ti, Selma.»
«Que quer saber?»
«O que quiseres dizer...»
«Que amo girassóis. Perguntas e eu direi.»
«É uma planta que procura a rota do sol, o astro-rei que nos dá toda a energia. Vives só?»
«Não, tenho marido e filhos. Às vezes me sinto muito solitária.»
«Eu vivo só.»
«Estar só às vezes é bom. Outras vezes machuca e dói muito.»
«Penso que a minha missão na Terra esvaziou-se e só fiz o que não queria fazer. Talvez por isso, sou um revoltado.»
«Você disse que teve um grande amor e isso é uma felicidade.»
«Foi na história. E quem não teve um grande amor?»
«Gostava de saber em que dias posso contactar contigo. Recebeste os e-mails?»
«Claro que podes quando quiseres. Sim adorei, são lindas as histórias. São verdadeiras?» «Só algumas.»
«Colocas teus sentimentos no papel. Adorei todas.»
«Cuidado! Não te apaixones.»
Aviso à navegação.
«Já estou apaixonada. Mas é pelas histórias. Tu misturas realidades e fantasias. Vou separar o que é real do sonho, e procurar te conhecer.»
«Como imaginas que sou?»
«Que tu és uma pessoa bastante sensível. Adoraria saber como aconteceu esse amor da última história. Tenho a certeza que aconteceu na realidade.»
«Enganas-te. Inventei tudo.»
«És capaz de inventar o amor?»
«Aquilo não era amor. Só paixão.»
«E nós?»
«Que será, será.»
«Concordo.»
«Agora fala-me de ti, Selma.»
«Que quer saber?»
«O que quiseres dizer...»
«Que amo girassóis. Perguntas e eu direi.»
«É uma planta que procura a rota do sol, o astro-rei que nos dá toda a energia. Vives só?»
«Não, tenho marido e filhos. Às vezes me sinto muito solitária.»
«Eu vivo só.»
«Estar só às vezes é bom. Outras vezes machuca e dói muito.»
«Penso que a minha missão na Terra esvaziou-se e só fiz o que não queria fazer. Talvez por isso, sou um revoltado.»
«Você disse que teve um grande amor e isso é uma felicidade.»
«Foi na história. E quem não teve um grande amor?»
«Vá, fala-me mais de ti. Não deixes que eu desvie a conversa.»
«Alguém afirmar que teve um grande amor, hoje é uma raridade. Eu... o que tenho para falar da minha pessoa, como você o meu grande amor, ainda não veio, mas tenho duas paixões que são minhas filhas; elas são a minha felicidade.»
«Como se chamam as tuas filhas?»
«Luísa e Matilde. E um casamento falhado de 27 anos.»
«Não deu, porquê?»
«Olá!!! Você está ai?»
Contacto perdido durante alguns segundos.
«Mas diz-me... o que aconteceu ao teu casamento?»
«Quando nos casámos não havia amor em nenhuma das partes, por isso não durou muito.»
«Nunca mais o viste?»
«Sim, vejo. Somos amigos. Linda medalha!»
Referia-se a uma fotografia que lhe enviei. Uma medalha de Pedro e Inês.
«É bom serem amigos. Conheces a história de Pedro e Inês?»
«Não conheço.»
«Alguém afirmar que teve um grande amor, hoje é uma raridade. Eu... o que tenho para falar da minha pessoa, como você o meu grande amor, ainda não veio, mas tenho duas paixões que são minhas filhas; elas são a minha felicidade.»
«Como se chamam as tuas filhas?»
«Luísa e Matilde. E um casamento falhado de 27 anos.»
«Não deu, porquê?»
«Olá!!! Você está ai?»
Contacto perdido durante alguns segundos.
«Mas diz-me... o que aconteceu ao teu casamento?»
«Quando nos casámos não havia amor em nenhuma das partes, por isso não durou muito.»
«Nunca mais o viste?»
«Sim, vejo. Somos amigos. Linda medalha!»
Referia-se a uma fotografia que lhe enviei. Uma medalha de Pedro e Inês.
«É bom serem amigos. Conheces a história de Pedro e Inês?»
«Não conheço.»
«É uma das mais belas histórias de amor. Pedro foi rei de Portugal...»
«Sim.»
«Amaram-se antes dele ser rei. Inês era castelhana e formosa. D. Afonso IV, o pai de D. Pedro, por questões políticas mandou assassinar Inês. Quando D. Pedro subiu ao trono por morte do pai, ordenou que fosse exumado o cadáver de Inês e obrigou os fidalgos da Corte a beijarem as mãos (os ossos) de Inês e coroou-a rainha de Portugal. Coisa macabra, mas que demonstrou quão grande era o amor dele pela bela Inês, colo de garça.»
«Louco!»
«É macabro e belo, ao mesmo tempo. Um amor para a eternidade. Os túmulos estão virados um para o outro no Mosteiro de Alcobaça, com um só objetivo. Quando se encontrarem no além, estarão frente a frente. Pedro, o cruel e a bela Inês.»
«Invejo a pessoa que vive um grande amor! Ou viveu.»
«Pedro amou e foi amado. Até que Inês foi assassinada. Então só ficou o seu amor obsessivo por um cadáver e a sede de vingança.»
«É que as histórias de amor me fascinam...»
«Um amor para a eternidade. O que hoje em dia é muito difícil acontecer.»
«Queres que te envie um livro sobre Pedro e Inês? Há muitos. Ele tornou-se cruel porque perdeu o grande amor da sua vida, mas isso não desculpa as atrocidades que cometeu posteriormente. A um dos criminosos mandou arrancar-lhe o coração pelas costas e ao outro, pela frente!»
«Quero, sim. João...vou ter que sair, volto amanhã. A que horas você vai poder estar?»
«Diz a hora... A tua hora.»
«Estarei aqui pela manhã, você pode? Oito horas da manhã.»
«É meio-dia cá. Tenho um almoço com um colega. E à tarde?»
«10 horas. São 14 horas aí?»
«É apertado. Um pouco mais tarde. Às 16 aqui?»
«Certo.»
«Sim.»
:) : -* : -* (alegre; dois beijos)
:-* (beijo)
>:D < (aquele abraço)
«Até sempre!»
«Até breve...»
«Sempre é breve. É sempre!»
«Sim.»
«Vai com Deus. Xau, amor!»
:) (Selma alegre)
Amor? Que se passava na mente de Selma? Assim, tão de repente?
Fim da tarde...
«Não quero almoçar. Como uma fruta.»
«Leva uma palmada como se faz aos meninos pequenos!»
«Vou ter que sair daqui uma meia hora. Você vai me dar umas palmadinhas?»
«Sim.»
«Ai, com muito carinho!»
«Muito meigas.»
«Não pode doer...»
«Assim?»
:-* (beijo)
«Mais? Arrependeu-se...»
«De quê?»
«Está a chorar. Naturalmente foi o Luís.»
«Malvadooo!»
:(( (coração partido)
«O Luís é muito mau!»
:(( (risadinha)
«De que ele é capaz?, me fala.»
«Já lhe dei um soco no nariz. Nem te quero dizer...»
«Tá, deixa que ele fale.»
«Por causa dele já uma vez apanhei uma chapada! Disse que fui eu...»
«João, me diz o que você quer fazer comigo...»
«O Luís sei muito bem o que quer.»
«Você me vai dizer o que o Luís quer?»
«Não posso dizer. Ameaçou-me. Cuidado com ele. É traiçoeiro. Não sei o que está a preparar... Está aqui com uma conversa porca que não te digo...»
«Me diz, estou curiosa...»
«Fala com ele.»
«Me diz, Luís, o que queres?»
«Dão-lhe a mão e fica com o braço e o corpo todo. Percebes o género? Quero-te toda minha!»
«Oi, Luís, diga... eu não direi nada ao João.»
«Primeiro, vamos fugir dele. Já deitei um calmante no copo de água. É só um segundo. Pronto, adormeceu. Anda comigo...»
«Onde vai levar-me Luís?»
«É surpresa. Entra no carro.»
«Você é muito lindo, Luís! Vou com você onde quiseres...»
«Não digas nada a ele. Ainda me mata...»
«Não direi...»
«Está calor, não está?»
«Assim estás melhor. Você tem um corpo lindo, sua morena!»
«Está muito quente aqui. Também estou a ficar com muito calor mas é outro calor. Que lindo está o mar! O João, fala muito sobre o mar. É verdade que ele teve um grande amor?»
«Deixa para lá. O meu mar és tu. O odor que me desorienta. Esse olhar lânguido que me provoca. O sorriso que me abraça. A proximidade que me perturba. Selminha, não respondo por mim.»
«Não responda. Mas... e se ele nos apanha em flagrante?»
«Nãooo! Ele não acorda tão cedo!»
«Sim.»
«Amaram-se antes dele ser rei. Inês era castelhana e formosa. D. Afonso IV, o pai de D. Pedro, por questões políticas mandou assassinar Inês. Quando D. Pedro subiu ao trono por morte do pai, ordenou que fosse exumado o cadáver de Inês e obrigou os fidalgos da Corte a beijarem as mãos (os ossos) de Inês e coroou-a rainha de Portugal. Coisa macabra, mas que demonstrou quão grande era o amor dele pela bela Inês, colo de garça.»
«Louco!»
«É macabro e belo, ao mesmo tempo. Um amor para a eternidade. Os túmulos estão virados um para o outro no Mosteiro de Alcobaça, com um só objetivo. Quando se encontrarem no além, estarão frente a frente. Pedro, o cruel e a bela Inês.»
«Invejo a pessoa que vive um grande amor! Ou viveu.»
«Pedro amou e foi amado. Até que Inês foi assassinada. Então só ficou o seu amor obsessivo por um cadáver e a sede de vingança.»
«É que as histórias de amor me fascinam...»
«Um amor para a eternidade. O que hoje em dia é muito difícil acontecer.»
«Queres que te envie um livro sobre Pedro e Inês? Há muitos. Ele tornou-se cruel porque perdeu o grande amor da sua vida, mas isso não desculpa as atrocidades que cometeu posteriormente. A um dos criminosos mandou arrancar-lhe o coração pelas costas e ao outro, pela frente!»
«Quero, sim. João...vou ter que sair, volto amanhã. A que horas você vai poder estar?»
«Diz a hora... A tua hora.»
«Estarei aqui pela manhã, você pode? Oito horas da manhã.»
«É meio-dia cá. Tenho um almoço com um colega. E à tarde?»
«10 horas. São 14 horas aí?»
«É apertado. Um pouco mais tarde. Às 16 aqui?»
«Certo.»
«Sim.»
:) : -* : -* (alegre; dois beijos)
:-* (beijo)
>:D < (aquele abraço)
«Até sempre!»
«Até breve...»
«Sempre é breve. É sempre!»
«Sim.»
«Vai com Deus. Xau, amor!»
:) (Selma alegre)
Amor? Que se passava na mente de Selma? Assim, tão de repente?
Fim da tarde...
«Não quero almoçar. Como uma fruta.»
«Leva uma palmada como se faz aos meninos pequenos!»
«Vou ter que sair daqui uma meia hora. Você vai me dar umas palmadinhas?»
«Sim.»
«Ai, com muito carinho!»
«Muito meigas.»
«Não pode doer...»
«Assim?»
:-* (beijo)
«Mais? Arrependeu-se...»
«De quê?»
«Está a chorar. Naturalmente foi o Luís.»
«Malvadooo!»
:(( (coração partido)
«O Luís é muito mau!»
:(( (risadinha)
«De que ele é capaz?, me fala.»
«Já lhe dei um soco no nariz. Nem te quero dizer...»
«Tá, deixa que ele fale.»
«Por causa dele já uma vez apanhei uma chapada! Disse que fui eu...»
«João, me diz o que você quer fazer comigo...»
«O Luís sei muito bem o que quer.»
«Você me vai dizer o que o Luís quer?»
«Não posso dizer. Ameaçou-me. Cuidado com ele. É traiçoeiro. Não sei o que está a preparar... Está aqui com uma conversa porca que não te digo...»
«Me diz, estou curiosa...»
«Fala com ele.»
«Me diz, Luís, o que queres?»
«Dão-lhe a mão e fica com o braço e o corpo todo. Percebes o género? Quero-te toda minha!»
«Oi, Luís, diga... eu não direi nada ao João.»
«Primeiro, vamos fugir dele. Já deitei um calmante no copo de água. É só um segundo. Pronto, adormeceu. Anda comigo...»
«Onde vai levar-me Luís?»
«É surpresa. Entra no carro.»
«Você é muito lindo, Luís! Vou com você onde quiseres...»
«Não digas nada a ele. Ainda me mata...»
«Não direi...»
«Está calor, não está?»
«Assim estás melhor. Você tem um corpo lindo, sua morena!»
«Está muito quente aqui. Também estou a ficar com muito calor mas é outro calor. Que lindo está o mar! O João, fala muito sobre o mar. É verdade que ele teve um grande amor?»
«Deixa para lá. O meu mar és tu. O odor que me desorienta. Esse olhar lânguido que me provoca. O sorriso que me abraça. A proximidade que me perturba. Selminha, não respondo por mim.»
«Não responda. Mas... e se ele nos apanha em flagrante?»
«Nãooo! Ele não acorda tão cedo!»
«Você é muito louco, Luís... Caliente! Aiii Luís! Gostas do meu cheiro?»
«Estou louco por ti!»
«Então vem. Beija-me... Esta química entre nós está me queimando por dentro!»
Flagrante delito!
«Que se passa aqui? Como foste capaz de trair-me, Luís? Agora é tarde. Mas diz-me ao menos uma coisa. Gostaste...?»
«Gostei de quê? Não fizemos nada de mal.»
«E ela tinha assim tanto calor para se ter descascado?»
«Estou a perguntar ao Luís se gostou, Selma. Achas que gostou? Torturo-me... mas tenho que saber!»
«Como foi nos descobriu aqui, João?»
«Fingi que dormia e escondi-me no porta-bagagens do carro. Vocês os dois são frescos!»
«Nãoooo... João, não fales assim, o Luís me iludiu e me trouxe pra cá.»
«Conversa. Agora já não há remédio.»
«Me perdoa, por favor...»
«Você deixou algum amor para mim?»
«O que o Luís falou pra você?»
«Que interessa? O meu amor é todo seu...»
«Sim, João.»
«Então, vamos. Agora foi ele quem adormeceu. Dei-lhe na cabeça com a chave de rodas. Então, linda... vem ter comigo, abraça-me e beija-me. Isso... assim... docemente... Parece que estou a viver um sonho.»
«Beijos calientes, João! Onde tem a mão?»
«Tu sabes bem...»
«Ó... João!»
«Azar dos grandes! Logo havia de aparecer o polícia! E agora? Ele diz que está um cadáver dentro do porta-bagagens. Temos que fugir! É sempre assim quando estou no melhor da festa...»
«Vamos, vamos pra bem longe daqui.»
«É tarde. Ele puxou da pistola...»
«Adorei! Viajei nesta com você...»
«Depois continuamos o sonho interrompido. Mas não digas nada ao Luís. Desta vez fui eu que o enganei.»
«Até sempre, meu amor! Xau.»
«Xau. Desliga, Selminha.»
:( (alegria)
«Simmm...»
Selma:
«Vou colocar a cam; quem sabe por ela eu consiga falar. Espera.»
«Não dá.»
«Estou ligando a cam...»
«Problema?»
«Estou louco por ti!»
«Então vem. Beija-me... Esta química entre nós está me queimando por dentro!»
Flagrante delito!
«Que se passa aqui? Como foste capaz de trair-me, Luís? Agora é tarde. Mas diz-me ao menos uma coisa. Gostaste...?»
«Gostei de quê? Não fizemos nada de mal.»
«E ela tinha assim tanto calor para se ter descascado?»
«Estou a perguntar ao Luís se gostou, Selma. Achas que gostou? Torturo-me... mas tenho que saber!»
«Como foi nos descobriu aqui, João?»
«Fingi que dormia e escondi-me no porta-bagagens do carro. Vocês os dois são frescos!»
«Nãoooo... João, não fales assim, o Luís me iludiu e me trouxe pra cá.»
«Conversa. Agora já não há remédio.»
«Me perdoa, por favor...»
«Você deixou algum amor para mim?»
«O que o Luís falou pra você?»
«Que interessa? O meu amor é todo seu...»
«Sim, João.»
«Então, vamos. Agora foi ele quem adormeceu. Dei-lhe na cabeça com a chave de rodas. Então, linda... vem ter comigo, abraça-me e beija-me. Isso... assim... docemente... Parece que estou a viver um sonho.»
«Beijos calientes, João! Onde tem a mão?»
«Tu sabes bem...»
«Ó... João!»
«Azar dos grandes! Logo havia de aparecer o polícia! E agora? Ele diz que está um cadáver dentro do porta-bagagens. Temos que fugir! É sempre assim quando estou no melhor da festa...»
«Vamos, vamos pra bem longe daqui.»
«É tarde. Ele puxou da pistola...»
«Adorei! Viajei nesta com você...»
«Depois continuamos o sonho interrompido. Mas não digas nada ao Luís. Desta vez fui eu que o enganei.»
«Até sempre, meu amor! Xau.»
«Xau. Desliga, Selminha.»
:( (alegria)
«Simmm...»
Selma:
«Vou colocar a cam; quem sabe por ela eu consiga falar. Espera.»
«Não dá.»
«Estou ligando a cam...»
«Problema?»
«Um pouco, mas vamos ver... Oi, vamos tentar falar.»
«Oi, Selma...»
«Você não respondeu. Está me vendo?»
«Sim. Vejo-a muito séria!»
«Estou de roupão; acabei de sair do banho. Você está gostando?»
«Sim.»
«Que bom! Vou me arrumar. Nos veremos mas tarde.»
«Depois contactamos?»
«Ok. Beijos.»
Três horas depois...
Stil_ab:
«Tc de onde?»
«Lisboa. Conheces-me? Engano?»
«Sou do Brasil... Naum... kero fazer amizades.»
«Onde me viste? Nos descasados?»
«...»
«Selma?»
Stil_ab:
«Oii... Tem foto?»
«Tenho, Selma. Bem sabes.»
Dois minutos depois...
Selma:
«Oi, amor...»
«A brincar, Selma? Um beijo. Como descobri?»
«Como?»
«Estava a preparar-me para fazer uma surpresa.»
«Puxa! Adoro surpresas.»
«A Stil calou-se e apareceste tu...»
«Es una amiga.»
«Eu te digo se é uma amiga! Nem sabes o que eu faço a essa amiga. E não chamo o Luís desta vez. Dou-lhe outra vez com a chave de rodas no toutiço.»
«Quem estava falando comigo era o Luís?»
«Chama a tua amiga que eu chamo o Luís. Ele fala contigo e eu falo com ela.»
«Sim, chamei. Ela já vem...»
«Stil... quantos anos tem, minina?»
«38 anos. E tu?»
«Eu tenho 20. Gostou?»
«Não. Prefiro homens com mais idade.»
«100?»
«40 ou mais... Me diz a tua idade. Não tens 100 anos.»
«O Luís viu a tua amiga em roupão, Stil. Aquele malandro!»
«Então eras o João o tempo todo? Ele queria que tirasse o roupão?»
«Pergunta-lhe Stil.»
«Pergunto. Querias?»
«Claro que queria!»
«E o João, queria?»
«É tímido. Deixa-o e namora comigo.»
O Luís e o João foram permutando...
«Minha amiga tiraria para ele se pedisse. E com você, Luís?»
«Ele tapa os olhos com vergonha...»
«Minha amiga, não tens vergonha de tirar o roupão? Não? Então, tira... Diz pra mim, o que faria se ela tirasse o roupão e te mostrasse seu corpo?»
«A tua amiga que tire o roupão e ele faz um poema ao seu corpo nu...»
«Vou chamá-la. Espera. Não deixa o João ficar espreitando!»
«Ele não pode espreitar, Stil? E a Selma, que faz entretanto?»
«Luís...você está ai?»
«Estou!»
«Está sozinho?»
«Sim. Mandei o João fazer um recado.»
«Queres que eu tire o roupão?»
«Sim...»
«Ok. Está me vendo? Vou abrir. Você aceita. Ok?»
«Ok.»
«Pronto. Está agora...»
«Não vi! Fechou.»
«Não está recebendo a imagem?»
«Você me atormenta, Stil! Tira!»
«Está vendo agora? Vou tirar...»
«...»
«Está gostando, ou quer que eu pare?»
«Estou gostando.»
«Ok. Vou me levantar. Se quiser eu posso parar...»
«Não pare!»
«Tira... meu amor!»
Já tinha tirado o soutien e exibia os seios grandes, firmes. A situação estava complicada.
«Fala o que está achando...»
«Muito gostosona! Mas a imagem foge quando eu tc.»
«Rs... Gosta?»
«Muito. Tira a calcinha!»
«O que faria agora, amor?»
«Imagina só...»
Completamente nua...
«Você me põe louco!»
«Gosta?, quer pegar?»
«Se pudesse...»
«Imagina que tu podes...»
«Onde tem a mão?»
«Nela, João!, amor, cuida pra que teu amigo não retorne...»
«Está longe... Vamos, meu amor...»
«Onde vamos, querido?»
«Tu sabes muito bem...»
«Vem. Quero você agora! Beija-me...»
«Amor! Lembra-te que tenho 100 anos. Não abuses de mim senão caio para o lado...»
«Rsrs... Naum! Não queres, mas vês-me, maroto.»
«Foi muito bom, querida!»
«Agora não conte ao João. Ele é muito ciumento.»
«És muito gostosa. Perdi-me nas colinas dos teus seios provocantes e fui andando vale abaixo em busca de outras emoções. E a Selma, onde está?»
«Lábios quentes como brasa!»
Que lábios?
«Estou aqui, amor! Sinto-me em chamas...»
«Stil, és gostosona. A Selma sabe o que fizeste para mim?»
«Não! Ela não sabe.»
«Ainda bem.»
«Não quero acabar contigo!»
«Sim, Stil?»
«Diga-me o que sentiu?»
«...»
«Vem, amor! Me segura e me puxa pra você! Aiii! Vemm assimm...»
«Vamos dormir juntinhos até ao café da manhã.»
«Vemmmm... Luís!»
«Sim, Selminha. Foste sempre tu! E eu sempre o João!»
«Sim... muitos desejos! O João não é tímido? Foste você?»
«O Luís é um desgraçado. Sou eu quem o faz infeliz e fico com o proveito. Ele só vive nas histórias...»
«Eu já sabia!»
«E tu criaste a Stil para me provocares...»
«Vamos dormir abraçadinhos...»
«Sim. Muito juntos. Olha uma coisa...»
«Sim?»
«Isto que sentimos é amor ou paixão?»
«Que importa saber se fica sempre a dúvida?»
Ela tem razão. O que aconteceu, paixão ou amor, tanto faz. E porquê? Porque ninguém pode saber se aconteceu o que aconteceu e se continuou a acontecer para lá da história. Quanto às paixões, essas leva-as o vento que afasta as nuvens para longe com a certeza de a fita do tempo não poder voltar atrás. E o amor, quando acontece, é certo que dura mais tempo que a paixão. Mas também não é eterno...
«Oi, Selma...»
«Você não respondeu. Está me vendo?»
«Sim. Vejo-a muito séria!»
«Estou de roupão; acabei de sair do banho. Você está gostando?»
«Sim.»
«Que bom! Vou me arrumar. Nos veremos mas tarde.»
«Depois contactamos?»
«Ok. Beijos.»
Três horas depois...
Stil_ab:
«Tc de onde?»
«Lisboa. Conheces-me? Engano?»
«Sou do Brasil... Naum... kero fazer amizades.»
«Onde me viste? Nos descasados?»
«...»
«Selma?»
Stil_ab:
«Oii... Tem foto?»
«Tenho, Selma. Bem sabes.»
Dois minutos depois...
Selma:
«Oi, amor...»
«A brincar, Selma? Um beijo. Como descobri?»
«Como?»
«Estava a preparar-me para fazer uma surpresa.»
«Puxa! Adoro surpresas.»
«A Stil calou-se e apareceste tu...»
«Es una amiga.»
«Eu te digo se é uma amiga! Nem sabes o que eu faço a essa amiga. E não chamo o Luís desta vez. Dou-lhe outra vez com a chave de rodas no toutiço.»
«Quem estava falando comigo era o Luís?»
«Chama a tua amiga que eu chamo o Luís. Ele fala contigo e eu falo com ela.»
«Sim, chamei. Ela já vem...»
«Stil... quantos anos tem, minina?»
«38 anos. E tu?»
«Eu tenho 20. Gostou?»
«Não. Prefiro homens com mais idade.»
«100?»
«40 ou mais... Me diz a tua idade. Não tens 100 anos.»
«O Luís viu a tua amiga em roupão, Stil. Aquele malandro!»
«Então eras o João o tempo todo? Ele queria que tirasse o roupão?»
«Pergunta-lhe Stil.»
«Pergunto. Querias?»
«Claro que queria!»
«E o João, queria?»
«É tímido. Deixa-o e namora comigo.»
O Luís e o João foram permutando...
«Minha amiga tiraria para ele se pedisse. E com você, Luís?»
«Ele tapa os olhos com vergonha...»
«Minha amiga, não tens vergonha de tirar o roupão? Não? Então, tira... Diz pra mim, o que faria se ela tirasse o roupão e te mostrasse seu corpo?»
«A tua amiga que tire o roupão e ele faz um poema ao seu corpo nu...»
«Vou chamá-la. Espera. Não deixa o João ficar espreitando!»
«Ele não pode espreitar, Stil? E a Selma, que faz entretanto?»
«Luís...você está ai?»
«Estou!»
«Está sozinho?»
«Sim. Mandei o João fazer um recado.»
«Queres que eu tire o roupão?»
«Sim...»
«Ok. Está me vendo? Vou abrir. Você aceita. Ok?»
«Ok.»
«Pronto. Está agora...»
«Não vi! Fechou.»
«Não está recebendo a imagem?»
«Você me atormenta, Stil! Tira!»
«Está vendo agora? Vou tirar...»
«...»
«Está gostando, ou quer que eu pare?»
«Estou gostando.»
«Ok. Vou me levantar. Se quiser eu posso parar...»
«Não pare!»
«Tira... meu amor!»
Já tinha tirado o soutien e exibia os seios grandes, firmes. A situação estava complicada.
«Fala o que está achando...»
«Muito gostosona! Mas a imagem foge quando eu tc.»
«Rs... Gosta?»
«Muito. Tira a calcinha!»
«O que faria agora, amor?»
«Imagina só...»
Completamente nua...
«Você me põe louco!»
«Gosta?, quer pegar?»
«Se pudesse...»
«Imagina que tu podes...»
«Onde tem a mão?»
«Nela, João!, amor, cuida pra que teu amigo não retorne...»
«Está longe... Vamos, meu amor...»
«Onde vamos, querido?»
«Tu sabes muito bem...»
«Vem. Quero você agora! Beija-me...»
«Amor! Lembra-te que tenho 100 anos. Não abuses de mim senão caio para o lado...»
«Rsrs... Naum! Não queres, mas vês-me, maroto.»
«Foi muito bom, querida!»
«Agora não conte ao João. Ele é muito ciumento.»
«És muito gostosa. Perdi-me nas colinas dos teus seios provocantes e fui andando vale abaixo em busca de outras emoções. E a Selma, onde está?»
«Lábios quentes como brasa!»
Que lábios?
«Estou aqui, amor! Sinto-me em chamas...»
«Stil, és gostosona. A Selma sabe o que fizeste para mim?»
«Não! Ela não sabe.»
«Ainda bem.»
«Não quero acabar contigo!»
«Sim, Stil?»
«Diga-me o que sentiu?»
«...»
«Vem, amor! Me segura e me puxa pra você! Aiii! Vemm assimm...»
«Vamos dormir juntinhos até ao café da manhã.»
«Vemmmm... Luís!»
«Sim, Selminha. Foste sempre tu! E eu sempre o João!»
«Sim... muitos desejos! O João não é tímido? Foste você?»
«O Luís é um desgraçado. Sou eu quem o faz infeliz e fico com o proveito. Ele só vive nas histórias...»
«Eu já sabia!»
«E tu criaste a Stil para me provocares...»
«Vamos dormir abraçadinhos...»
«Sim. Muito juntos. Olha uma coisa...»
«Sim?»
«Isto que sentimos é amor ou paixão?»
«Que importa saber se fica sempre a dúvida?»
Ela tem razão. O que aconteceu, paixão ou amor, tanto faz. E porquê? Porque ninguém pode saber se aconteceu o que aconteceu e se continuou a acontecer para lá da história. Quanto às paixões, essas leva-as o vento que afasta as nuvens para longe com a certeza de a fita do tempo não poder voltar atrás. E o amor, quando acontece, é certo que dura mais tempo que a paixão. Mas também não é eterno...

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