domingo, 14 de maio de 2023

Você tem uma mensagem!

 


Conheci Cibele nas salas de conversação do Yahoo e senti de imediato uma atração quase fatal por aquela mulher misteriosa. Os dias foram passando. Sempre com dramas encenados por ela. Dramas que incendiaram uma paixão crescente e perigosa por Cibele. Talvez de um pelo outro, mas duvido. 
Ela era a inconstância em pessoa. De tal forma que um dia disse que sim e logo no outro dia disse que não.
Mas não me vou alongar na trama desta paixão. 
Só mais uma coisa. Preferi dar a Cibele (deusa de Frígia) o nome de Simone.

"Cibele era representada, frequentemente, com uma coroa de muralhas, que simboliza o seu poder militar como protetora e, ao mesmo tempo, arrasadora de cidades, com leões por perto ou num carro puxado por esses animais e uma cornucópia, o corno (chifre) da abundância, referente a fertilidade e riqueza".

Você foi talvez a coisa mais bela que podia ter acontecido na minha vida. A generosidade, o tom sincero das suas palavras, a naturalidade com que saem da sua boca, e o modo como as diz, a gratidão que exibe com um simples obrigado a um apreço sem importância, os momentos em que se entrega sem que dê por isso, tudo isto é mais do que o reflexo da mulher que é: alguém que ainda não descobriu quanto que vale, tudo o que pode oferecer. Uma mulher que tem o amor consigo e não quer admitir. E depois… você é linda! Ame-se. Ame-se muito e só assim poderá um dia vir a mara ainda mais os outros. O seu dia virá. Vai encontrar um homem que a saiba amar, respeitar e defender. Deixe que o tempo, com as suas engrenagem que tudo levam atrás, mas que também trazem, lhe ilumine o coração, esse mesmo coração que é grande, pois guarda muitos amores.


O amor que tem por Deus, pela sua mãe, pela Natureza que a abraça (os próprios micos que correm atrás de si à espera de um mimo e a assustam, mas inundam o seu coração de alegria), pelas amigas por quem sofre e ajuda, pela voz amiga que a acorda, por vezes, ao amanhecer, pela rosa vermelha que a faz sonhar, e muito mais... tudo é amor que entra em si e sai, naturalmente.
Já tinha descoberto?
O sofrimento que a torturou nestes últimos dias, que reflexos trouxe senão amor, Simone?

Lembre-se que fui testemunha e só eu sei do seu choro convulsivo e que traduzia todo o amor, frustrado (é certo) que lhe ia na alma. Muito amor por aquela criaturinha de Deus que não se perdeu definitivamente. Não havia outro caminho a seguir e fique ciente que Deus protegerá sempre a cachorrinha dos olhos tristes, mesmo que tenha chegado um mau momento para ela. Não encontre culpa onde não existe. Eu, que também amo os animais, não teria feito melhor. Nem ninguém, talvez. Tudo começou mal à partida e a culpa não foi sua. Mas vamos  esquecer. Há males que vêm por bem. Com o seu drama, descobriu o amor. Eu fui testemunha naqueles dois telefonemas que tanto me marcaram porque descobri a verdadeira natureza da sua alma. Bendita seja, Simone!
O amor é uma coisa muito estranha e misteriosa. Sente-se e não se dá pela sua presença. Também não existe escala de intensidade para o medir. E mais: simplesmente acontece. Não o devemos exigir. Ele aparece... quando aparece. Instala-se e fica. Não é como a paixão que só pode durar uma hora.
Olhe-se ao espelho. Você é linda, Simone!

Trate do seu corpo com doçura, penteie o seu cabelo apanhado para trás, ou solto com toda a liberdade, ame-se muito... que o milagre surgirá por acréscimo. A Simone é muito nova. Tem um futuro longo à tua frente. Acorde para a vida. Dê graças a Deus por Ele a ter feito tão formosa de corpo e também por dentro.
E aquilo que tanto deseja vai acontecer. Hoje. Amanhã. Nunca saberá quando... mas vai acontecer. A vida é feita de vitórias e derrotas. De oásis e desertos. De verdades e mentiras. De prazer e dor. Enfim, é a vida. A vida que espera por você. O amanhã efémero. O amanhã eterno. Mas não se esqueça que, primeiro que tudo, vais aprender a gostar de ti.
Acredite nas minhas palavras, Simone. Conheço-a há pouco tempo e estamos distantes um do outro. Mas conheci-a muito ontem. Descobri-a, finalmente, embora possa não ser a esperada, entende?
Não se desvalorize. Multiplique o seu valor e vai ver abrir-se um caminho muito diferente daquele que está agora a trilhar e não passa de um pântano. Não dê valor às censuras que lhe fizeram. Não deixes que te cortem as asas com palavras que nada valem. Não merece que a firam, mas perdoe-lhes. E sonhe. Deseje muito que vai conseguir. O amor universal já existe em si. Fui testemunha ontem à noite. Só falta descobrir o mistério do outro amor que acontece muito poucas vezes na vida de cada um. Até já pode ter descoberto. É coisa séria e não avisa. Quando ele bater à porta, você vai perguntar "quem é?". E ele já entrou, sorrateiro, à procura do seu aconchego. Você sentirá a presença de feromonas, cheiros que atraem fatalmente dois seres que se vão amar. Você perderá o apetite. O seu coração vai bater forte e até parece que quer saltar do peito...
«Como aconteceu?»
É assim o amor verdadeiro. De repente aparece e instala-se, sem cerimónia. Pior ainda, porque melhor é impossível: torna-se o único senhor do seu coração, mas em troca oferece-lhe o seu. Mas esta vida que um dia virá, não é só feita de rosas vermelhas. As rosas também têm espinhos. Compreenda. O mundo não gira à sua volta. Há que dar e receber. Partilhar o amor e a dor. Os momentos belos e rápidos como o orgasmo. Os momentos de dor que parecem durar uma eternidade.
Deixe acontecer.
Espero que compreenda a mensagem que acaba de receber por e-mail. Que o seu coração generoso se tenha aberto para deixar entrar o luar.
Eu fico, na distância, a dar-lhe toda a força que não pode vir só de mim, mas que, quem sabe?, será soprada por Deus através de mim.

Ou Deus não fala connosco?
Mesmo que Ele a ignore, tenha fé nas nossas forças
Não vou esquecer o seu choro de aflição, o sentimento de culpa por uma coisa a que não lhe podia ter sido atribuída culpa
Deixo-lhe uma rosa vermelha! 
Sorria para vida que ela sorrirá para si.
Eu vou andando por aqui. É natural que, um dia, a paixão perca a sua força. Mas não me vou esquecer de si. Lembrar-me-ei como a personagem de mais uma história que escrevi.

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